domingo, 26 de maio de 2013

Marcada - Por Erik Night (décimo capítulo)

Boa leitura!

Zoey entrou calmamente, mas parou assim que teve uma boa visão do local.
E eu podia imaginar perfeitamente o que ela sentia dentro daquelas paredes escuras e asfixiantes, cobertas com o pano preto que escondia tudo, todas aquelas formas desfiguradas por baixo dele ficavam ainda mais evidentes, e embora eu soubesse que aquilo era nada menos do que as mesas de jogos, não pude deixar de admitir que fosse arrepiante, ainda havia o cheiro dos incensos e das velas sufocando nossos narizes. Eu mesmo, que estava super acostumado com os Rituais das Filhas das Trevas, me assustava de vez em quando.
Ela estava paralisada há uns bons dois minutos e eu estava começando a me perguntar se ela sairia correndo, mas não, Zoey olhava firmemente para o centro do círculo, onde os meus amigos estavam com todos os outros, rindo de alguma piada que provavelmente Cole ou TJ havia contado.
- Aí está você, Zoey! – Afrodite gritou do outro lado do salão, fazendo Zoey automaticamente focar seus olhos nela.
Afrodite andou calmamente em nossa direção, mostrando toda a confiança e a graciosidade que tinha, e embora estivesse tremendamente gostosa esta noite não consegui tirar os olhos de Zoey, que registrava todas as informações brandamente e sem dizer nenhuma palavra. Até aquele momento fiquei em dúvida se quem estava mais calma era Afrodite ou ela própria.
- Erik, obrigada por receber Zoey. – Ela parou bem ao meu lado e eu fiquei tenso, imaginando o que ela iria fazer. Talvez mostrar a Zoey que estava no comando daquilo e humilhá-la, como ela deixou escapar mais cedo, logo antes de tentar remendar, ou ainda tentar impor em público a nossa antiga relação, sabendo que eu não iria provocar uma briga com todos olhando - Daqui pra frente é comigo – mas ela não fez nada daquilo, me surpreendeu apenas ao tocar levemente meu braço com a mão esquerda, a ação era inocente perante qualquer desavisado, mas mesmo assim eu não gostei, já havia dito a ela para não fazer nada que insinuasse nossa antiga relação, muito menos na frente de Zoey. Algo me disse que ela fez aquilo de propósito.
Eu mal olhei em sua direção, porém, estava mais preocupado com o que Zoey pensaria de mim, já não bastava o incidente no corredor que me atormentava diariamente, queria apenas esquecer aquilo e seguir em frente.
E sem deixar que Afrodite se aproveitasse mais um pouco daquele momento frágil, puxei meu braço do seu alcance (não fui muito rude, mas também nem tão suave assim) para deixar claros os meus sentimentos. E antes de me afastar para deixá-las irem se trocar no banheiro, eu olhei na direção de Zoey e sorri, não esperava fazer aquilo tão genuinamente mas não pude me conter.
Só que não esperei para ver sua reação, virei às costas e me afastei, indo em direção ao centro do círculo, onde os meus amigos estavam sem dúvidas tentando ouvir a conversa.
Eu odiava ser o centro da novelinha deles.
- Estão se divertindo? – perguntei.
- Na verdade eu não consegui ouvir a conversa toda – resmungou Cole, admitindo estar ouvindo a conversa sem vergonha alguma.
- Devia se envergonhar – disse Drew, adivinhando meus pensamentos.
- Olha quem fala! – defendeu-se Cole – você era quem mais estava tentando ouvir.
- Mas isso é diferente, eu estava tentando ouvir para ajudar o Erik, você só queria ver a Zoey.
- Nem tente se remendar Drew, não pode me dar lição de moral dessa vez!
- Ok, pense o que quiser, Cole, mas eu vi o que ninguém mais reparou: o fato de que Zoey não tirou os olhos do Erik nem por um segundo.
Aquilo me interessou instantaneamente.
- O quê?!
- Isso mesmo, Erik, ou não reparou em nada? – Thor disse, intrometendo-se na conversa.
Pensei no que Drew e Thor me disseram, realmente estava muito ocupado admirando as feições de Zoey e me afastando de Afrodite para perceber alguma coisa, idiota!
- Hum... Não! – admiti. Podia sentir um sorriso se formando em meus lábios conforme eu cogitava a ideia de ela se atrair por mim também.
- Ah! Olha só a cara de felicidade dele! – exclamou Cole – Não consegue nem se segurar.
Eu estava prestes a responder para Cole, mas meus olhos rapidamente captaram uma movimentação vinda da porta do banheiro, olhei para o lado e digo que minha boca só não abriu na hora por que... Bem, eu acho que minha boca estava aberta naquela hora.
Afrodite saía do banheiro na companhia de Zoey, que seguia logo atrás, e sua cara carrancuda era engraçada, mas eu não prestava atenção nela, aliás, tudo no salão pareceu se apagar do meu cérebro, só o que eu conseguia enxergar era Zoey. E oh, ela estava fantástica naquele vestido, não era vulgar ou mesmo comportado demais, batia logo acima dos joelhos e tinha uma gola mais arredondada e pendurada nela, nas mangas e na barra do vestido estavam pequenas pedras vermelhas.
Reconheci o vestido como sendo de Afrodite, me lembrava vagamente de já tê-la visto usando ele, mas em Zoey ficava muito melhor, não sabia explicar o motivo, mas tudo parecia ser mais certo em relação à Zoey.
Por outro lado ela não notou que eu a estava observando, mas reparei que Afrodite, sim. Decidi não me abalar com isso, havíamos terminado mesmo, não haveria problema em olhar outra garota.
Zoey rapidamente se juntou ao círculo, ao lado de Deino e Enyo, que sorriam de uma forma muito falsa e logo começaram a conversar com ela. E seja lá o quê fosse, acho que não seria um assunto muito produtivo, provavelmente iriam assustá-la ainda mais... Não era à toa que tinham os nomes assim.
Percebi que ao meu lado todos os meus amigos estavam conversando e rindo, e eu não conseguia prestar atenção neles, aliás, eu achava que eles estavam era rindo da minha cara por não tirar os olhos de Zoey, mas eu não me virei para ter certeza. Nem precisei realmente, pois logo depois os incensos foram sendo acesos por Pemphredo e a música começou a tocar muito alto, fazendo todos eles pararem a conversa e se focarem no Ritual que começava.
E bem, a batida da música era horrível, o cheiro dos incensos, também (aliás, eu era super contra o uso da maconha neles). E pra piorar tudo, Afrodite começou a dançar, entrando no círculo de uma forma muito sexy, hum... Aquilo não me parecia mais tão sexy, parecia mais como olhem pra como eu balanço minha bunda! E me enojava, (revirei meus olhos) não conseguia mais olhar pra ela, por isso me ocupei com algo realmente interessante.
Creio que já saibam pra quem eu estava olhando naquela hora...
Ela encarava Afrodite de uma maneira estranha, como se quisesse rir de sua performance ou algo assim, mas era muito educada para fazê-lo. Imaginei não pela última vez o que ela estaria pensando, se estava com medo e assustada ou se estava fazendo aquilo para irritar Afrodite, o que eu considerei uma aposta muito boa, eu particularmente adoraria ver a carranca de Afrodite, era tão hilário, como se alguém realmente se importasse com ela.
Em outros Rituais como este todos, frequentemente, babavam por Afrodite, achando que ela era a coisa mais quente do mundo... apenas eu tive a sorte de descobrir que ela não era, até agora.
Aparentemente Zoey não conseguiu ficar a admirando por muito tempo, ela começou a olhar em volta como se procurasse alguma coisa.
E eu sabia que nossos olhares iriam se encontrar, sua cabeça estava virando lentamente em minha direção. Eu poderia ter desviado o olhar, fingindo estar apreciando a ridícula apresentação de Afrodite, mas por uma estranha razão eu deixei de ouvir a música que tocava com sua batida terrível (assim como Deino, hehee) deixei também de sentir o aroma amargo de maconha que estava no ar e parei de prestar atenção em tudo o que estava à minha volta, não encontrava nenhuma célula do meu corpo que quisesse parar de olhar para Zoey, e não me pergunte a razão, pois eu não tenho a resposta, eu não conseguia desviar o meu olhar do dela, nem mesmo quando nossos olhos finalmente se encontraram e eu notei seu rosto ficar avermelhado (ela fazia muito aquilo, percebi). Ficamos nos encarando pelo que pareceu uma eternidade (no bom sentido), e eu estava decidindo se acenava para ela ou se apenas dava um sorriso quando a música de repente parou e ela voltou a prestar atenção em Afrodite, que se movia em direção à mesa de oferendas a Nyx.
Irritado, forcei-me a olhar para ela, que estava com um castiçal roxo em uma mão e um punhal na outra. Começou a largar os dois objetos para pegar a grande vela que estava em cima da mesa e logo andou ao redor do círculo em direção ao primeiro elemento que seria personificado, o Ar, representado por uma vela amarela.
Todos nos viramos para o leste e esperamos Afrodite recitar o seu chamado ao elemento, sua voz foi levemente notada pela minha mente.

Ó ventos de tempestade, em nome de Nyx eu os convoco,
Esparjais vossa bênção, eu vos peço,
Sobre a magia que aqui será trabalhada!

Enquanto Afrodite se dirigia à próxima vela que personificaria o Fogo, nos viramos para o sul.

Ó Fogo dos raios, em nome de Nyx eu vos invoco,
Portador das tempestades e forças da magia,
Peço vossa ajuda no feitiço que aqui trabalho!
 
Estava na cara que ela decorou as falas e praticou muito para dizê-las ali, era forçadamente sensual, eca!
Virando para o oeste, de muito mau humor, parei para invocarmos a Água.

Ó torrentes de chuva, em nome de Nyx eu vos invoco,
Acompanhai-me com vossa força inundante na realização
Deste Ritual, de todos o mais poderoso!

Em direção ao sul, esperei pela invocação da Terra.

Ó Terra úmida e profunda, em nome de Nyx eu vos invoco,
Para que eu possa sentir o movimento da própria terra
No rugido de um trovão de poder
Que vem quando me ajudais neste rito!

Finalmente, Afrodite se dirigiu ao centro do círculo com a vela roxa, para invocar o Espírito.

Ó Espírito livre e selvagem, em nome de Nyx eu vos invoco a mim!
Responda-me! Fique comigo durante este poderoso Ritual
E conceda-me o poder da Deusa!

Ela estava inspirada isto era óbvio, e de longe se parecia com Neferet, não sei se ela sabia disso ou não. Mas resolvi não dar bola e simplesmente deixei passar, eu não queria mais pensar em Afrodite, não iria perder meu tempo com isso. Portanto quando ela começou a andar ao redor do círculo com a taça onde seria oferecido o vinho com sangue para cada um e dizer as palavras que sempre marcavam o Ritual eu estava mais do que calmo, pude sentir minha tranquilidade sob meus poros e não me importei nem um pouco com o seu jeito metido e arrogante, eu a apaguei completamente.
- Este é o momento em que a lua de nossa Deusa está mais cheia. Há magnitude nesta noite. Os antigos sabiam os mistérios desta noite e a usavam para se fortalecerem... Para romper o véu entre os mundos e se aventurar de um modo que hoje em dia apenas sonhamos. Secreta... Misteriosa... Mágica... Autêntica beleza e poder em forma de vampira, intocada pelas leis e regras humanas. Nós não somos humanos! – ela praticamente berrou – e tudo que seus Filhos e Filhas das Trevas pedem hoje neste rito é o que temos pedido em todas as luas cheias de um ano para cá. Libere nosso poder interno para que, como os poderosos felinos da floresta, tenhamos a flexibilidade de nossos irmãos animais e não estejamos ligados por laços humanos e nem aprisionados por nossas fraquezas e ignorâncias.
As suas palavras seriam lindas se eu não soubesse exatamente o que ela pensava, ela não queria que Nyx libertasse as Filhas e os Filhos das Trevas de sentimentos humanos fracos, ela queria toda aquela raça morta! Afrodite odiava a raça humana mais do que qualquer outra coisa. Várias e várias vezes tentando esconder suas visões para que nenhum pudesse ser salvo. Eu realmente não sabia por que ela era assim, ela já fora um deles, todos nós fomos, não existia razão para possuir tanto ódio. Mas era Afrodite, afinal de contas.
Naquela hora ela estava parada bem em frente à Zoey e oferecia a ela a taça de vinho com sangue.
- Beba, Zoey Redbird – disse Afrodite – e junte-se a nós pedindo a Nyx o que é nosso por direito de sangue e de corpo, e da Marca da grande Transformação, a Marca com a qual ela já lhe tocou.
Eu achei que Zoey iria recusar, era o que eu teria feito se soubesse da existência do sangue em meu primeiro Ritual, mas aparentemente ela não se importou, pois pegou a taça das mãos de Afrodite e bebeu um longo gole avidamente.
- Abençoada seja – murmurou Afrodite.
- Abençoada seja – Zoey respondeu.
Rapidamente, Afrodite foi levando a taça para cada um dos Filhos e Filhas das Trevas, todos foram tomando um pequeno gole da bebida e quando chegou a minha vez ela piscou e disse sussurrando:
- Não foi tão ruim, foi?
Eu não sabia ao certo se ela falava do seu desempenho ou de Zoey, eu apenas acenei em concordância, deliciando-me com o gosto do sangue misturado ao vinho, mesmo que fosse do nojento Elliot.
Ela me lançou um sorriso e continuou a passar a taça e quando finalmente todos deram um gole, ela a ergueu sobre a cabeça.
- Grande e mágica Deusa da Noite e da Lua Cheia, que cavalga trovões e tempestades conduzindo os espíritos e os Antigos, bela e assombrosa, a quem até os mais antigos devem obediência, ajude-nos no que pedimos. Encha-nos com seu poder, sua magia e sua força! – ela bebeu o que restava da taça e quando a música voltou a tocar começou a dançar novamente. – Merry Meet e Merry Part e Merry Meet outra vez! – disse enquanto apagava as velas e agradecia aos elementos. Todos nós respondemos avidamente e eu fiquei feliz pelo Ritual ter acabado.

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Capa Revealed - House of Night

Oi, gente!
Alguém já viu a capa do próximo livro da série House of Night, Revealed? Kkkkk, agora que me liguei do trocadilho, o nome em português fica Revelada, mas é o nome mesmo e não a última capa que foi revelada... (hmm, que tosco, enfim...). Ela está absolutamente LINDA, é uma pena, claro, que a série tenha deixado muito a desejar em seu desfecho. As autoras têm meu ódio eterno por estragar uma de minhas séries favoritas.
Já, já posto a minha versão em português para a capa.


Gostaram? Deixe seu comentário.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Blood Sisters - Elenco Final

E aí, pessoal!
Dei uma passadinha rápida hoje, porém com uma notícia animadora para as(os) ansiosas fãs de Vampire Academy, que não podem mais esperar de tanta emoção. Foi divulgado há pouco tempo o elenco principal de Blood Sisters. Ele está completo, tendo os personagens coadjuvantes não decididos ainda.
Eu disse que é uma notícia boa, porque achei a escolha de certos atores e atrizes muito boa, sério. Alguns são realmente parecidos, enfim. Aqui vamos nós:


Sério gente, Ashley Charles é LINDO DE MORRER! Ele fará Jesse Zeklos e eu não poderia ter escolhido ator melhor. E nessa foto ele tem ou não aquela cara de canalha como Jesse? Rá, tem né? Pois é, pena que a escolha para o Dimitri tenha sido tão fraca, desse jeito vou torcer pra Rose ficar com Jesse ao invés nosso russo tempestuoso. Não, é brincadeira mesmo...


Sonya Karp será vivida por Claire Foy e eu, sinceramente, gostei da escolha. Fará muito bem o papel.


Gabriel Byrne fará Victor Dashkov e seu único defeito é ser mais velho. Eu sei que a personagem está doente e tudo o mais, mas ele só tem seus quarenta e poucos nos livros. Quando Lissa usa seus poderes e o cura parcialmente ele volta a ser jovem e forte, não sei como farão para revigorá-lo, mas no mais é uma ótima escolha.


OK, BABEI QUANDO VI A ESCOLHA PARA TATIANA IVASHKOV! Sério, eu usei letras gritantes, porque a escolha foi absolutamente perfeita. Minha Tatiana sempre foi, tipo, Michelle Pfeifer, mas Joely Richardson com certeza está aprovada! Ela é idêntica à rainha e tem um ar de realeza quase inconsciente. Eu digo isso, pois olhei vários filmes com ela. Todos muito bons, ótima atriz.


Bem, para Kirova foi escolhida uma atriz de uns quarenta anos, não dei uma olhada certa ainda. Olga Kurylenko não é a diretora Kirova para mim, mas ok... O que nós, meras e mortais fãs poderemos fazer, não é? Pelo menos ela é bonita.


A atriz escolhida para Mia Rinaldi foi Sami Gayle e minha principal pergunta é... O que de Mia Rinaldi ela tem? Oh, por favor. Só se fizerem uma enorme mudança, e irão fazer! Às vezes eu me pergunto o que a produção do filme tem na cabeça, mas enfim. O único lado bom dela é que realmente tem uma carinha de boneca, como retrata Richelle em VA. Mas só!


Sarah Hyland fará Nathalie Dashkov, filha de Victor Dashkov, o nosso vilão mais odiado, enfim. Até que ela é mais bonita do que a descrições de Richelle Mead, que a retratam como uma moreninha sem graça e que usa óculos. Nunca a vi atuando, mas pretendo dar umas olhadas na performance dela e de todos os atores escolhidos, como sempre faço, aliás.


As fotos de Dominic Sherwood, nosso futuro Christian Ozera, são quase todas em preto e branco. Por isso, catei uma colorida no tumblr. Não é das melhores, mas só olhando já percebemos que ele é LINDO! Ai meu Deus, eu quero Ozera pra mim! Gente, convenhamos que ele é muito mais bonito que Danila/Dimitri, por exemplo, não é?



segunda-feira, 13 de maio de 2013

Capa Ligados no Espírito

Oi,
Deixo mais uma de minhas capas em versão portuguesa, hehe. Desta vez é a do volume cinco da série Vampire Academy, Spirit Bound.


domingo, 12 de maio de 2013

Blood Sisters - Mason Ashford

Oi, gente!
Venho, hoje, para dar mais um ar de minha graça ultimamente sumida, hihi... Mas enfim.
Ai meu Deus, vocês viram o ator que foi escolhido para interpretar o fofo, porém hot, Mason Ashford?
Uma palavra: credo!
O nome dele é Cameron Monaghan e, Jesus, não tem nada a ver com Masefofodemais, pelo amor.
Eu assumo que, cada vez menos, estou com vontade de assistir esse filme, sacanagem. E olha que eu sou muito, muito, muito fã da série Vampire Academy, como vocês podem notar, hahaha...
O único lado bom é que ele é ruivo de verdade, mas parece mais um Moroi do que Damphir.
P.S. Meu Mason sempre foi Jeremy Sumpter. Vou, inclusive, deixar um wallpaper que eu fiz para vocês verem a enorme diferença.




Muito mais bonito, né?


Comentem se também concordam comigo, e espero que gostem, beijos...

Marcada - Por Erik Night (nono capítulo)

Oi, deixo o nono capítulo da Fic Erik Night, atrasadíssima, sei disso. Enfim, espero que gostem.


Voltei para as últimas duas aulas, distraído, pensar que Zoey talvez estivesse no Ritual me deixava feliz, com a cabeça leve. O que era realmente estranho, afinal de contas eu nunca tivera chances reais de falar com ela, as únicas notícias que eu sabia eram as que meus amigos me contavam, ou as que eu questionava sorrateiramente por aí.
Naquele momento eu estava decidindo se eu iria tentar alguma tática nova ou não. O Ritual seria uma bela desculpa e um ótimo começo de assunto para chegar nela, e então eu poderia usar meu sorriso 100 watts, o que com certeza a deixaria louca por mim, como todas as outras haviam ficado.
Mas e o que eu faria depois? O que será que ela diria?
Eu estava me sentindo muito como Drew naquela hora, e por mais que eu não quisesse admitir, eu o entendia... Mas só um pouco.
No instante em que me sentei na cadeira Neferet entrou, ela era a Alta Sacerdotisa da House of Night e quem dava as aulas de sociologia vampírica. Ela era excepcionalmente bela, assim como todas as vampiras, mas de alguma forma ela se destacava das demais, havia uma imponência cordial em tudo o que fazia, juntando ao fato de ter um esbelto e delineado corpo cheio de curvas e belos peitos, seus cabelos vermelhos davam a ela uma aparência exótica.
Confesso que eu adorava as aulas dela, e não era por causa de sua aparência, eu não era tão superficial, embora ela fosse extremamente matadora. Eu apenas gostava da matéria e da sua forma de ensinar. Também não havia nenhum dos meus amigos naquela aula, o que me fazia prestar 100% de atenção no que ela dizia, e me permitia viajar um pouco.
Naquela noite aprendemos sobre como a relação de vampiros e humanos em umimprint, funcionava, e embora eu me recordasse vagamente de já termos estudado isso, não pude deixar de me deliciar com o assunto.
–Tomem cuidado ao estudarem essa matéria, pois ela pode ser um pouco confusa, oimprint geralmente é mais forte quando imposto por um vampiro adulto, mas não impede vocês, calouros, e principalmente os quintos-formandos e sextos-formandos, que estão quase chegando ao final da Transformação, de correrem esse risco. E se vocês acompanharem o texto da página 243 do manual do novato 415, verão que esse estudo não diz corretamente por que algumas pessoas são mais suscetíveis do que outras. – Então ela fez uma pequena pausa, olhando para uma menina que estava vidrada na página – Katherine querida poderia ler para nós o que está escrito?
– Claro – Ela respondeu entusiasmada. E se concentrando começou – Imprint: um imprint entre um vampiro e um humano não ocorre cada vez que um vampiro se alimenta. Muitos estudos foram feitos para tentar determinar exatamente porque alguns humanos sofrem imprint e outros não, mas apesar de existir vários fatores determinantes, o mesmo como uma ligação emocional, relações entre humanos e vampiros recém transformados, idade, orientação sexual, e a frequência de sangue sugado, não é possível predizer com certeza caso um humano irá possuir o imprint com o vampiro ou não.
– Muito bem, alguma opinião a respeito do texto lido agora?
Várias pessoas levantaram suas mãos, eu não fui uma delas, mas ela olhou para mim nessa hora com uma expressão curiosa.
– Erik, nos diria o que aprendeu depois de ler o texto?
– Ahn...
Exitei um pouco ao responder, pois havia sido pego de surpresa. Os demais estudantes deram curtas risadinhas.
– A turma está lhe esperando, Erik – disse Neferet. Ok, não era tão difícil assim demonstrar minha opinião, vamos lá Erik! Deixe de ser tão medroso!
Endireitei-me na cadeira, indo um pouco para frente, e respirei fundo, tentando organizar uma resposta coerente, afinal ela era a Alta Sacerdotisa, não podia dizer qualquer besteira.
– Acho que todos nós devemos tomar muito cuidado na hora de sugar o sangue de qualquer humano, afinal de contas eles têm menos resistência e ficam suscetíveis a uma vida que não querem, como toda a capacidade de saber o que o vampiro está sentindo, por exemplo. Isso deixa um laço muito forte e provoca terríveis consequências caso seja usado de maneira incorreta.
– E qual seria essa maneira incorreta? – perguntou Neferet, curiosa.
– Acho que os vampiros jovens, ou mesmo os calouros, que ainda não passaram pela mudança, são muito mais irresponsáveis e acabam não levando tão a sério, como deveriam. A maioria acha que é apenas divertimento, mas isso mexe com a cabeça do ser humano e, muitas vezes, provoca traumas, afinal alguns deles têm medo de nós.
– Muito bem, Erik – Ela me deu um sorriso orgulhoso – é verdade que os seres humanos não têm a menor consciência do esplendor da nossa raça e perdem tempo tendo medo dos que não oferecem mau algum, mas infelizmente a sociedade de hoje utiliza meios irônicos para retratar os vampiros, como vemos seguidamente em séries de TV ou filmes, enfim, eles não estão preparados psicologicamente para ter um laço desta magnitude com os vampiros. É por isso que cada vez mais separamos esses elos e quase ninguém é aconselhado a formar um.
Conforme Neferet falava, um brilho estranho apareceu em seu olhar, manchando seus olhos verde musgo de negro, a princípio me deu arrepios, mas pude entender o quanto ela devia estar cansada daquelas coisas banais que os humanos criavam. Ela, assim como muitos na House of Night, estava cansada de tentar camuflar a existência dos vampiros para acalmar as reviravoltas humanas.
Ela olhou em seu relógio de pulso com uma cara ranzinza e disse:
– Bem, está quase na hora, portanto gostaria que pesquisassem mais a fundo sobre este tema e fizessem um pequeno trabalho de dez páginas para semana que vem, mas não se esqueçam de colocar também suas opiniões pessoais sobre cada tema e de onde tiraram a pesquisa, está bem? – o sinal bateu – acho que é isso, podem sair. – Ela fez um gesto com as mãos em direção a porta. – Espero por todos no Ritual, Merry Meet.
Todos nós concordamos e saímos em direção ao corredor, eu enfim segui para minha última aula, e a mais exultante de todas, devia admitir.
Quando passei pela porta e vi Nolan, não pude deixar de sorrir e acenar um olá, como sempre fazia desde que me lembrava, assim que entrei na House of Night e me apaixonei por sua interpretação de Otelo (sua obra favorita de Shakespeare) para a turma de recém-chegados.
Logo avistei Cole que estava sentado e distraído lendo suas falas, ou assim eu achava, e não me percebeu entrando na sala. Logo levou um tremendo susto quando eu cheguei com muito barulho e sentei com tudo na cadeira ao seu lado.
– Puta merda, Erik! – Gritou confuso, e mais baixo rosnou: - Tinha que fazer isso agora? Não está vendo que eu estava trocando bilhetinhos com a gatinha da Sophia bem ali atrás? – E apontou a garota ruiva com poucas sardas que estava logo atrás de Cole, ainda gargalhando do susto que Cole havia levado. Ok, eu também ri como um idiota, mas a garota estava debochando de Cole.
– Ah, deixa disso – sussurrei de volta – você está melhor sem essa aí.
Acho que ela acabou ouvindo a minha resposta, pois de repente sua expressão risonha se tornou uma carranca e ela puxou sua amiga e começou a cochichar coisas que eu adoraria não ficar sabendo. É... Definitivamente uma idiota.
– Tudo bem – retribuiu Cole, que também havia visto a cena – qualquer dia eu arrumo uma garota melhor.
– É e pode...
– Silêncio agora, todos vocês – Disse Nolan, fazendo com que a turma ficasse em silêncio instantaneamente. – Hoje tenho certeza que irão gostar desta aula... - Cole fingiu uma tosse e disse: Shakespeare. Mas Nolan continuou dizendo - Lorde Byron. - Eu só pude dar uma risadinha antes de prestar atenção na aula.
– Como todos sabem Lorde Byron foi um importantíssimo poeta inglês do século XIX. E mesmo assim resolvi introduzir um de seus poemas nesta aula. Ele se chama Oh! Na flor da beleza arrebatada.

“Oh! Na flor de beleza arrebatada,
Não há de te oprimir tumba pesada;
Em tua relva as rosas criarão
Pétalas, as primeiras que virão,
E oscilará o cipreste em branda escuridão.
E junto da água a fluir azul de fonte
Inclinará a Tristeza a langue fronte
E as cismas nutrirá de sonho ardente;
Pausará lenta, e andará suavemente,
Como se com seus passos, pobre ente!
Os mortos perturbasse, mesmo levemente!
Basta! Sabemos nós que o pranto é vão,
Que a morte, à nossa dor, não dá atenção.
Isso fará esquecer-nos de prantear?
Ou que choremos menos fará então?
E tu, que dizes para eu me olvidar,
Teu rosto acha-se pálido, úmido esse olhar.”

– Quero que façam uma análise do poema, retratando seus sentimentos e lamentações, ou mesmo críticas, se acharem que há alguma. Vocês terão algumas aulas para isso, mas eu quero que me apresentem o monólogo com as suas ideias sobre ele. Podem começar.
E foi o que fizemos!
Me concentrei muito naquela tarefa, tentando realmente desvendar o que Byron quis dizer com aquelas palavras tão lindas e imaculadas. Será que estava triste quando o escreveu? Ou estava tão irritado com a injustiça daquele mundo? Por tirar dele o que parecia ser o seu amor.
E tudo isso era tão engraçado, me fez chegar a triste conclusão de que quanto mais feliz se está, por mais eufórico e sonhador que se esteja nada disso basta quando a terrível queda espreita. Como se estivesse em equilíbrio, em uma balança. Igualando felicidade com dor. Afinal essa é a moral do mundo, não é?!
Mas então por que se vive? Para sofrer, sofrer, sofrer... E depois nada?
Eu tinha certeza que minha vida não podia ser assim!
Se eu um dia me apaixonasse novamente, queria ter a certeza de que ela era a garota certa, nada como as vacas estilo Afrodite.
Parei de escrever quando percebi Nolan ao meu lado, ela estava espiando meu trabalho e se assustou um pouco quando eu o cobri com as mãos.
– Não, professora Nolan, este aqui é surpresa!
– Oh, Erik. Você sempre me surpreende. Não importa o quanto eu espere de você, sempre dá um jeito de se sobressair.
– E este poema é perfeito professora Nolan! Estou mais inspirado que nunca.
– Fico feliz, e bem... – Colocou seu dedo indicador no queixo, pensativa, depois se dirigiu à turma toda – pessoal, vou recitar mais um poema para vocês, acho que estão bastante inspirados hoje e merecem mais uma palhinha de Lorde Byron. Este é surpreendentemente assustador, mas é delicioso como todos os outros:

“A uma taça feita de um crânio humano
Não recues! De mim não foi-se o espírito...
Em mim verás – pobre caveira fria
–Único crânio que, ao invés dos vivos,
Só derrama alegria.
Vivi! Amei! Bebi qual tu: Na morte
Arrancaram da terra os ossos meus.
Não me insultes! Empina-me!... Que a larva
Tem beijos mais sombrios do que os teus.
Mais vá guardar o sumo da parreira
Do que ao verme do chão ser pasto vil;
– Taça – levar dos Deuses a bebida,
Que o pasto de réptil.
Que este vaso, onde o espírito brilhava,
Vá nos outros o espírito acender.
Ai! Quando um crânio já não tem mais cérebro...
Podeis de vinho encher!
Bebe, enquanto inda é tempo! Uma outra raça,
Quando tu e os teus fordes nos fossos,
Pode do abraço te livrar da terra,
E ébria folgando profanar teus ossos.
E por que não? Se no correr da vida
Tanto mal, tanta dor aí repousa?
É bom fugindo à podridão do lado.
Servir na morte enfim pra alguma coisa!...”

– É simplesmente magnífico não?
A turma estava sem palavras, vi de relance algumas garotas com cara de nojo.
– Mas professora Nolan, isso fala de cérebros e entranhas e... Eca! Que nojento. – Disse Sophia lá de trás.
– Vocês não conseguem entender toda a linguagem teatral que isso trás? Não podem... - o sinal que finalizava as aulas soou e fez Nolan parar abruptamente o que estava dizendo – bem, acho que terão de esperar para discutirmos mais sobre as ideias de Lorde Byron na próxima aula, mas eu quero que releiam um pouco o que já vimos e decidam com o que se identificam mais. Estão dispensados e Merry Meet para todos.
Todos nós retribuímos o aceno e o coro de Merry Meet’s fez a professora Nolan dar uma leve gargalhada.
Quando saímos da sala, eu e Cole fomos esperar os outros antes de irmos ao Ritual de Lua Cheia, como sempre fazíamos desde que nos tornamos amigos. Eu estava me sentindo extremamente excitado, o Ritual era sempre tão divertido, e não era como se eu fosse fanático nem nada, mas eu gostava de me sentir um pouco mais perto de Nyx.
– Sabe o que é tão irritante nesses Rituais? – perguntou-me Cole.
– Não, o quê? – Quis saber.
– O fato de que todas aquelas professoras tem um talento super maneiro como, tipo, invocar os elementos, e eu e você só ficamos lá tentando imaginar o quão legal seria ter algo parecido.
– Mas você queria invocar a Terra para poder plantar mais florezinhas no seu jardim, querido?
– Não use essa voz de gay pra cima de mim, Erik! Você entendeu o que eu quis dizer, nós temos talentos tão inúteis. Diga o que há de bom em saber atuar.
– Acho que você está sendo muito mal agradecido, Cole.
– E por quê?
– Ora, Nyx foi muito gentil em lhe dar esse talento. Conhecendo você como eu, não teria confiança suficiente para tal coisa.
– Há, muito engraçado! Eu sou muito merecedor do meu talento, fique sabendo, mas ás vezes eu acho que as garotas ficam com as habilidades mais legais.
– Pense o que quiser, mas eu não iria gostar de ter qualquer outra habilidade, lembra-se do último Rastreador? Você acha que receber essa função é legal? Eu odiaria ter que correr atrás desses adolescentes medrosos e “arruinar” suas vidas – fiz aspas no ar – eles não sabem realmente o que estão perdendo.
– E é por isso que têm medo, porque não sabem melhor.
– Quem não sabe melhor? – Perguntou TJ, chegando sorrateiramente pelas nossas costas e enfiando seu rosto no meio das nossas cabeças, fazendo eu e Cole darmos um salto no banco. Ele caiu na gargalhada imediatamente, assim como Thor e Drew, que vinham logo atrás.
– Caramba, não faça isso TJ, seu idiota. – Xingou Cole. – Já bastou Erik ter me feito quase mijar nas calças de susto mais cedo.
– Que pena – retrucou TJ, - iria ser hilário ver sua calça molhada – e continuou rindo – mas então, quem não sabe melhor? Do quê estavam falando?
– Dos humanos que são Marcados – Respondi por Cole, que ainda estava olhando de cara feia para TJ, que o estava ignorando. – Eu estava dizendo o quão horrível seria ser um Rastreador.
– Oh, isso! – disse TJ – eu acho que seria legal, imagina se eu pego uma gatinha?
– Ah, só pensa nisso – disse Drew, - E se você por um acaso se perdesse em algum lugar e fosse assassinado? Seria legal?
– Meu Deus Drew, você é pessimista demais! Eu não acho que iria ser assassinado ou algo assim.
– É só uma hipótese – Drew encolheu os ombros – mas já que estamos todos aqui, que tal irmos ao Ritual de uma vez?
– É, se conseguirmos chegar em 45s, talvez eles não fechem as portas na nossa cara – disse Thor, olhando seu relógio, - bem, agora são 40s, 39s...
– OK, vamos logo! – gritei.
Todos nós saímos correndo desesperados para o Ritual, com Thor logo atrás contando os segundos:
– 34s, 33s, 32s, 31s...
– Quer parar com isso? – gritou Drew – você está me deixando maluco!
– Desculpe... 28s.
Quando chegamos a enorme porta de madeira do Templo, faltavam 15s para se fecharem.
– Pontuais – bradou Anastasia Lankford, que estava recepcionando os alunos ao Ritual e marcando suas testas com o pentagrama, ela mergulhou seu dedo na tigela de pedra e traçou a estrela em minha testa – Abençoado seja, Erik.
– Abençoada seja – respondi as familiares palavras.
Observei enquanto os outros eram marcados e fomos rapidamente para o centro do Ritual, pegando lugares um pouco afastados, graças ao atraso infeliz.
– Ei pessoal, eu acabei me esquecendo de contar pra vocês, sabiam que uma caloura morreu hoje? – Disse TJ.
Todos ficamos surpresos.
– Quem foi desta vez? – Perguntei.
– Aquela tal de Elizabeth Sem Sobrenome – Deu uma risadinha – Coitada né?
– E mais um que rejeita a mudança. – Disse.
– Ah, mas isso faz parte da vida aqui na House of Night, todos deveríamos estar acostumados com isso – murmurou Thor.
– É, pode acontecer com um de nós. – confirmou Cole.
– E vocês iam gostar se um de nós morresse e os alunos ficassem dizendo para esquecermos? – indagou Drew, indignado. – Não acho que deveríamos agir assim, além do mais, eu quero prestar atenção ao Ritual se não se importam.
Inconformado, percebi que o Ritual estava prestes a começar, pude ver Loren Blake, o Poeta Laureado da House of Night, já recitando as primeiras palavras de seu poema que iniciaria o Ritual.

“Ela passeia sua beleza, como a noite
De firmamento sem nuvens e céus estrelados
E o que há de melhor das trevas e da luz
Se encontra em sua aparência e em seus olhos
Assim amolecida pela terna luz
Que o céu nega ao ruidoso dia.”

A sorte daquele cara era a de que hoje eu estava bem calminho em relação aos poemas de Lorde Byron.
E como todas as vezes, Neferet entrou misteriosamente e no segundo em que o poema terminou estava no centro do círculo, saudando a todos.
– Filhos de Nyx, bem-vindos à celebração de Lua Cheia da Deusa!
– Merry Meet! – Disseram todos.
Mas eu não prestei muita atenção. Na verdade as palavras do poema me lembraram de que talvez Zoey estivesse no Ritual, o que me deixou meio ansioso, eu procurava insistentemente por ela, mas não a encontrava em lugar algum.
Será que estava com medo? E se não aparecesse no Ritual de Afrodite? Eu não conseguia me decidir se aquilo era bom ou ruim.
Só parei de procurar por ela quando Drew me deu um beliscão no braço e me forçou a virar na direção leste, para invocar o Ar. Eu nem mesmo havia percebido o tempo passar. E eu que estava com planos de me conectar com Nyx, fala sério, Erik!
Me forcei a fechar os olhos e me concentrar nas palavras de Neferet, tentando mandar toda a minha energia para invocar o elemento.

"Do leste eu invoco o Ar e peço que sopre neste círculo o dom da sabedoria para que nosso Ritual seja repleto de aprendizado."

Instintivamente virei-me para a direita, na direção do sul, para invocar o Fogo.

"Do sul eu invoco o Fogo e peço que acenda neste círculo o dom da força de vontade para que nosso Ritual seja coeso e poderoso."

Em seguida virei-me para o oeste, para invocar a Água.

"Do oeste eu invoco a Água e peço que lave este círculo com compaixão para que a luz da Lua Cheia possa ser usada para conceder o dom da cura ao nosso grupo, e também o dom do entendimento."

Depois de a vela azul ser oferecida virei-me para o norte, invocando a Terra.

"Do norte eu invoco a Terra e peço que faça crescer dentro deste círculo o dom da manifestação e que os desejos e preces desta noite deem frutos."

Virei-me enfim para o último elemento do Ritual, mas não o menos importante, desta vez parado no meio do círculo, para invocar o Espírito.

"E finalmente invoco o Espírito para completar nosso círculo e peço que nos preencha de conexão para que nossas crianças possam juntas prosperar."

Inacreditavelmente me sentia muito mais leve depois da invocação dos elementos. Era assim que eu sempre ficava depois dos Rituais, bem... Depois dos Rituais de Neferet. Calmo, tranquilo, mais perto de Nyx.
– Este é o momento de Lua mais completa. Todas as coisas crescem e minguam, até mesmo os filhos de Nyx, seus vampiros. Mas nesta noite os poderes da vida, da magia e da criação estão em seu ponto máximo – como a Lua da nossa Deusa. Este é o momento de construir... De fazer. Este é o momento quando o véu entre a realidade mundana e os belos e estranhos domínios da Deusa torna-se muito fino e delicado. Nesta noite é possível transcender as fronteiras entre os mundos com facilidade e conhecer a beleza e o encanto de Nyx.
As palavras de Neferet me esbaforiam, eu sempre ficava arrepiado ao pensar na Deusa, e arrependido de ter pensamentos e atitudes tão infames às vezes. Mas ao mesmo tempo, bem... Eu não era perfeito, para isso eu vinha aos Rituais e pedia sempre por conforto, para Nyx me perdoar por tudo aquilo que fazia de ruim. Pensei também em Elizabeth, eu mal a conhecia para ficar triste, mas com certeza alguém a conhecia, alguém estava chorando por ela. Estava sofrendo por sua morte. Talvez ela fosse legal, talvez não. O mais triste de tudo era que eu nunca iria descobrir.
– Este é o momento de tecer o etéreo na matéria viva, de fiar as tranças do espaço e do tempo para que se faça a Criação. Pois a vida é um círculo, bem como um mistério. Nossa Deusa entende isso, assim como entende seu consorte Erebus. – Luz... Escuridão... Dia... Noite... Morte... Vida... Tudo está ligado pelo espírito e pelo toque da Deusa. Se mantivermos o equilíbrio e respeitarmos a Deusa, podemos aprender a fazer um feitiço de luar e com ele dar forma a um tecido de pura substância mágica que permanecerá conosco todos os dias de nossas vidas. – Fechem os olhos, Filhos de Nyx.
Instantaneamente fechei os olhos.
– E mandem seu desejo mais secreto para sua Deusa. Esta noite, quando o véu entre os mundos é mais fino e delicado, quando a magia está contida no mundano, quem sabe Nyx lhes conceda seus pedidos e lhes salpique com a névoa diáfana dos sonhos realizados.
Pensei em um pedido para fazer a Nyx. Eu já tinha muitas coisas que queria, não precisaria de mais. Eu tinha minhas habilidades com o teatro, meus amigos, garotas... Boas notas.
Então quero pedir a você, Nyx, se estiver me ouvindo agora... Sei que muitos calouros estão fazendo seus pedidos ao mesmo instante, mas creio que com seu grande poder poderá escutar este miserável mortal aqui. Eu gostaria que tudo que eu conquistei e superei até hoje continue como está, peço apenas mais proteção aos meus amigos e a todas as pessoas que amo, mesmo que sejam humanas. E é isso, obrigado Nyx.
Nunca sabia se essas orações davam certo, mas mesmo assim não temia em tentar. Eu confiava na bondade de Nyx e sabia que ela protegeria meus amigos. Neferet começou a falar novamente, mas Thor virou-se para nós e disse num sussurro:
– Gente, tá na hora de irmos, ou Afrodite vai pirar. Digo, se nos atrasarmos.
– Ok. – Dissemos em coro.
Em Rituais de Lua Cheia sempre saíamos mais cedo que os demais, para recepcionarmos os calouros convidados, que não eram muitos, Afrodite queriaexclusividade. Por isso nos apressamos em sair sorrateiramente e sem atrapalhar os outros, apenas quem estava mais atrás percebeu nossa fuga.
Quando chegamos à frente da construção Enyo, que estava batendo seu pé impacientemente, provavelmente à nossa espera, bufou alto depois de nos ver e disse numa voz afetada:
– Finalmente, pensei que não chegariam. Meninos vão para dentro se trocar já, e Erik, hoje é sua vez de recepcionar os convidados.
Bufei em protesto.
– Mas eu já fui na última vez!
– E qual é o problema em ir novamente? – perguntou Drew, sua expressão estava muito estranha – Não quer recepcionar os novos convidados? Você é tão bom nisso.
Estava prestes a revirar os olhos quando finalmente entendi o que Drew estava tentando me dizer, os novos convidados, ou a nova convidada, seria Zoey.
– Tá, tudo bem... Eu fico na entrada.
– Ótimo, mas deve se trocar primeiro, suas roupas estão lá no banheiro, assim como a de vocês, meninos. Agora vão! – Seguindo suas ordens, fomos correndo para o banheiro, nos trocamos tão rápido que eu nem mesmo notei.
De repente fui ficando muito ansioso, com um repentino frio na barriga. Que estranho.
Quando saí do banheiro, às pressas, acabei esbarrando sem querer em alguém... Afrodite.
– Oi Erik – Disse com a voz melosa.
– Oi Afrodite, está tudo certo por aqui? Precisa de mais alguma coisa?
– Não, as meninas já cuidaram de tudo. É só esperar ali até que todos cheguem.
– Não posso, tenho que ficar na entrada recebendo todos! – disse meio que me desculpando. No fundo eu estava eufórico.
– Mas achei que já tinha feito isso da última vez!
– Eu sei, mas ninguém quis ficar lá, e como não me importo muito com isso, decidi dar uma forcinha.
– Mas... – Ela estava furiosa. – Eu não mandei que ficasse lá fora, quem foi o estúpido que falou com você?
– Afrodite, não precisa exagerar! Não tem problema, realmente. Eu até gosto de ficar lá fora, e tem mais, se Zoey vier mesmo ao Ritual, será bom que um dos idiotas ali não a recepcione, é capaz de ela sair correndo de susto.
– Seria melhor... Ah... – Olhei-a furtivamente e ela meio que se encolheu, como se tivesse falado besteira, logo remendou – Quer dizer... Você sabe... É meio assustador da primeira vez, talvez seja melhor que ela venha com a mente aberta?!
Nem mesmo ela sabia o que dizer. Não acreditei muito na sua desculpa, mas fingi que sim, ela pareceu aliviada por eu ter acreditado. Isso acabou me lembrando algo.
– Afrodite?
– Sim?
– Você falou com ela sobre o sangue, não é? Lembra que conversamos sobre isso mais tarde?
– Claro. Mas eu ainda não tive a chance de falar com ela, sabe como é... O Ritual me deixa realmente muito ocupada. Temos que arrumar tudo, conseguir a comida, as roupas...
Ela parou de falar de repente, como se estivesse querendo que eu completasse sua frase. Foi aí que eu percebi no que ela realmente estava vestida.
Afrodite usava um longo vestido preto, ele brilhava conforme ela andava e se movimentava. E estava colado ao seu corpo, delineando cada curva, para finalmente abrir um perfeito decote, expondo a parte superior dos seios. Realmente... Estava intoxicante.
Se eu fosse o Erik de antes, não resistiria a ela, me entregaria e faria tudo o que ela ordenasse. Mas eu estava um pouco mudado, de olhos abertos, não me focaria mais em banalidades, ou bem... Certas banalidades.
– Ok, eu entendo. Mas vai falar com ela quando exatamente?
– No banheiro, quando ela estiver se trocando. Sim, porque ela não poderá assistir ao meu Ritual vestindo aquelas roupas ridículas. E eu aposto que ela nem se tocou em trazer uma nova, melhor, aposto que ela não tem algo a altura.
– Qual é Afrodite, a garota é nova. Dá um tempo. Mas eu vou indo antes que o pessoal chegue.
– Tudo bem. – disse revirando os olhos. – pode recepcionar sua novata.
Ficar na porta era meio entediante. Tinha que desenhar o pentagrama com aquela meleca gosmenta na testa de todos que entrariam e dizer os Merry Meet’s e abençoado seja necessários. Mas eu preferia ficar ali fora do que no lado de dentro com Afrodite.
Algumas pessoas vieram correndo do Ritual de Neferet, já vestidas de preto, já outras...
Como Zoey Redbird, que vinha andando calmamente e com a expressão muito assustada e curiosa. Prendeu minha atenção instantaneamente, todos os seus detalhes foram captados ao mesmo tempo, seu cabelo escuro e comprido, seu rosto, seu corpo... De uma forma diferente de Afrodite, Zoey não andava para chamar atenção, seus passos eram leves, perdidos, mas ainda sim seguros. Eu adorei.
Percebi que ela ainda não havia me notado, o que era estranho, mas decidi desviar sua atenção dos carvalhos mesmo assim.
– Merry Meet, Zoey.
Ri internamente quando ela me olhou assustada, completamente alheia à minha presença, como eu havia suspeitado. Ela não disse nada, nem eu. Estava meio paralisado, tinha que fazer algo, mas não lembrava exatamente o que... Calma Erik, é só uma garota, linda Ok, mas mesmo assim. Molhei meu dedo no óleo gosmento e tracei o pentagrama na sua testa delicadamente, sentindo a textura macia de sua pele. Quando terminei meus dedos coçaram, de um jeito bom.
– Abençoada seja – eu disse. Minha voz em nada transparecia meus sentimentos confusos.
– Abençoado seja – ela respondeu instantaneamente.
Ficamos ali, olhando um para o outro, sem dizer nada. Eu pude sentir seu perfume doce e agradável enquanto a observava, notei que ela também me analisava.
– Pode entrar – disse por fim, tirando-a de seus pensamentos. Fosse lá o quê prendesse sua atenção.
– Ah, ahn, obrigada – disse ela com leveza.