quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Alma minha gentil, que te partiste

Deixo um dos meus sonetos favoritos de Camões, Alma minha gentil, que te partiste, foi escrito quando Camões perdeu sua amada em um naufrágio. História linda né?

Alma minha gentil, que te partiste

Tão cedo desta vida descontente, 
Repousa lá no Céu eternamente, 
E viva eu cá na terra sempre triste.

Se lá no assento etério, onde subiste,
Memória desta vida se consente, 
Não te esqueças daquele amor ardente 
Que já nos olhos meus tão puro viste.

E se vires que pode merecer-te 
Alguma cousa a dor que me ficou 
Da mágoa, sem remédio, de perder-te;

Roga a Deus que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.
-- Luiz de Camões (ca. 1560)

Também amam Camões tanto quanto eu?

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